O sertanejo se modernizou nos últimos anos e chegou bem próximo de romper completamente com as raízes e soar como o legítimo pop brasileiro. Mas esse flerte com instrumentações mais elétricas e até sintetizadores nas produções, ao mesmo tempo que expandiu o alcance do estilo, causou uma "ressaca de modernidade" na música, segundo Cauan, da dupla com Cleber.
O músico, que está lançando o segundo projeto acústico (Resenha 2) ao lado do parceiro, ressalta que vários artistas perceberam que essa estética predominante saturou e causou demanda por singles que investissem em roupagens mais simples e orgânicas.
Cauan ressalta que a ironia nesse movimento em busca do retorno dos violões está no fato de que muitos artistas jovens, como eles e Zé Neto e Cristiano, estejam encabeçando a tendência.
— É inesperado ver jovens indo atrás desse tipo de roupagem, mas acabou cabendo a nós dar essa pegada acústica que resgata vanera, arrocha e bachata nas músicas.
"Não é um modismo", diz Cauã sobre estilo desplugado
Apesar disso, Cauan faz uma ressalva: esse tipo de formato ainda não tem tanto espaço no segmento de shows. O público prefere ver o projeto intimista em casa, enquanto nos shows a banda eletrificada ainda é o que faz sucesso.
— É a música do churrasco, festa, barzinho. Resenha 2 é o DVD dos churrascos familiares. Mas o público do sertanejo gosta de dançar e ao vivo a energia do som eletrificado ganha a preferência. Mas a gente consegue apresentar o acústico também.
Além disso, Resenha 2 representa a continuidade do projeto que apresentou Cleber e Cauan em nível nacional. Foi com o primeiro Resenha que a dupla formada em Itapuranga (GO) em 2010 finalmente atingiu o status de dupla do primeiro escalão do sertanejo. E mais uma etapa do reconhecimento vem agora: a dupla foi escalada para abrir a Festa de Peão de Barretos, no próximo dia 16.
— Pra gente não aconteceu da noite pro dia. Levamos anos. Nosso primeiro sucesso, Quase, levou seis meses para passar a tocar bastante. Estamos acostumados a conquistar as coisas devagar. O que é bom, já que nem sempre ser um estouro nacional garante a manutenção do que se atinge.
Fonte(s): R7
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