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Milton Vieira

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Disco de Anitta é cheio de clichês, por isso já é sucesso garantido

Kisses, lançado em 5 de abril, mostra que cantora perdeu completamente a identidade em prol de parecer com outros artistas que fazem sucesso
Disco de Anitta é cheio de clichês, por isso já é sucesso garantido

À essa altura da carreira, Anitta já deve saber que o mais correto é não correr nenhum tipo de risco. Afinal, antes de ser cantora, ela é um produto. E um produto emergente que aos poucos tem sido aceito nas prateleiras de outros países. Mudar a fórmula agora seria um risco desnecessário para os negócios e suicídio comercial. E Anitta é do tipo que coloca até a reputação em jogo, mas nunca a conta bancária.

Sendo assim, não adiantaria se render a um pop mais experimental. Não que Anitta tenha demonstrado pretensão de fazer isso em algum momento da vida e nem que os fãs esperassem isso também. Mas não custa sonhar com pelo menos umas três músicas menos óbvias num álbum. Só que não foi desta vez.

 

Se fosse mais extenso que isso, essa coletânea de pop de pista que mais parece música ambiente moderna deixaria até o ouvinte menos exigente meio entediado.

AtenciónRosa e Sin Miedo, por exemplo, foram feitas sob medida para o consumo do mercado latino-americano. A questão é só saber se o ouvinte local vai diferenciar Anitta de outras cantoras que fazem sucesso na região, como Ivi Queen ou Karol G. Porque nem o fã mais fiel pode negar a semelhança.

 

Inclusive, o disco funciona mais para esse segmento do que para o público brasileiro. O projeto é quase uma carta de intenções que indica a vontade de Anitta em ser tão grande nos nossos países vizinhos como ela é aqui.

E mesmo com o excesso de clichês, ela não está errada. As músicas do disco se encaixam bem em playlists de reggaeton e pop latino feitas por plataformas como Spotify e Deezer, espaços que garantem exposição e divulgação em amplo espectro na atualidade. Junte isso com garotos propganda involuntários como Gabriel Medina e Neymar indicando as músicas da cantora, - além do investimento milionário da gravadora Warner - e o êxito do trabalho já está garantido.

O inglês está presente em duas faixas, das quais a melhor é Banana, com Becky G. Get to Know Me, com Alesso, podia estar num disco de Dua Lipa que ninguém notaria a diferença. Nem a Dua Lipa. 

 

As músicas mais diferentes do disco são justamente as cantadas em português. E uma delas é a que menos tem chance de ser trabalhada nas rádios por conta da letra explícita. Onda Diferente, com participações de Papatinho, Ludmilla e Snoop Dogg se aproxima do funk atual e se afasta dos padrões latinos e norte-americanos de produção. Ponto positivo para ela, que volta às raízes.

Já Você Mentiu, com Caetano Veloso, é uma bossa lounge dessas que tocam em rádios interna de lojas de departamento. Serve para mostrar a versatilidade da cantora, mas é 2019 e ainda tem cantor pop fazendo música com o Caetano pra forjar credibilidade e o Caetano ainda tá gravando com qualquer um que tenha menos de 30 anos para fingir ser antenado. Ninguém ganha com essa. Só as rádios de MPB, que finalmente terão uma música de Anitta que cabe em suas programações.

Fonte(s): R7

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