O sonho do Grêmio de administrar a sua própria casa vai acontecer dois meses antes do previsto. A decisão foi acertada em reunião entre Marcelo Marques, que comprou a gestão da Arena em julho, e o presidente Alberto Guerra na manhã de ontem. Inicialmente, o Tricolor teria o controle do estádio em 1° de janeiro de 2026. Agora, isso acontecerá em 1° de novembro de 2025.

Nesse encontro, o empresário fez três pedidos ao Grêmio antes de entregar as chaves da Arena. O primeiro tem a ver com a manutenção dos 40 funcionários que tocam a operação diária do estádio. Além disso, Marques exige que as receitas oriundas da Arena sejam utilizadas somente para a manutenção do estádio, sem destinar a verba para outras áreas do clube.

Por fim, Marcelo Marques quer impedir que a Arena seja utilizada no futuro como garantia bancária para empréstimos do clube. Esses dois últimos pontos já estão na pauta da equipe de transição em conjunto com o Conselho de Administração para a criação de um documento de alteração estatutária do Grêmio, que passará por aprovação do Conselho Deliberativo.

Antes da entrega para o Tricolor, o empresário pretende fazer mais melhorias na Arena. Além do novo sistema de iluminação e novos equipamentos para o gramado, a internet do estádio será modificada, com o objetivo de implementar um novo sistema de wi-fi, e painéis de LED serão colocados. O novo gramado, que também será custeado por Marques, será implementado ao final do Brasileirão.

Atualmente, quem cuida da gestão da Arena é uma equipe indicada pelo empresário do ramo alimentício. O próximo movimento aguardado é a troca de chaves entre OAS e o clube. O Olímpico será cedido para a construtora, o que é fundamental para a conclusão do negócio.

A decisão de Marcelo Marques de antecipar a entrega da gestão da Arena acontece em meio a movimentos de distanciamento pelo menos momentâneo do Grêmio. No início da última semana, o empresário anunciou a desistência definitiva da sua candidatura a presidente do Tricolor. Na ocasião, ele justificou a escolha por causa da exposição pública, a necessidade de estar próximo de seus negócios e reconheceu que o clube precisa de uma pessoa com mais conhecimento do “mundo do futebol”.

No último sábado, compondo a Chapa 2, Marques foi eleito conselheiro do Grêmio. Porém, vai participar das sessões de maneira remota, já que fixou residência em São Paulo, onde vai se dedicar a questões particulares. O foco do empresário será na expansão dos negócios, buscando recuperar parte do investimento na compra da gestão da Arena e no aporte de 10 milhões de euros ao caixa do clube.

Por conta disso, Marcelo Marques não pretende fazer mais nenhum investimento no Tricolor e deverá se manter neutro no processo eleitoral para presidente, que acontece em novembro. Ou seja, ele não vai manifestar apoio a nenhum candidato que for concorrer ao pleito.

Fonte(s): Correio do Povo